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Negacionismo pode não ser apenas falta de conhecimento, mas também um transtorno, alerta especilista

Segundo o neurocientista devemos ter cuidado ao julgar um negacionista pois nem sempre tal atitude depende exclusivamente da vontade da pessoa

Por SHOW DIÁRIO com MF Press Global

10/02/2021 às 15h53

Negacionismo x saúde

O negacionismo não é uma atitude meramente ignorante e que existem razões válidas e por vezes incontornáveis para o indivíduo reagir dessa forma, segundo defende o neurocientista Fabiano de Abreu que escreveu uma coluna no Mega Curioso abordando o tema.

“Este é um comportamento que se tornou uma referência no momento atual, em meio a uma pandemia. Estudei e analisei este tipo de respostas comportamentais e avaliei o que seria “coincidência” um comportamento se potencializar justamente mediante ao momento. Como não há coincidências e sim, sempre, uma razão para qualquer estatística, a minha pesquisa tem por objetivo comprovar que o que seria coincidência na realidade é uma resposta instintiva ao medo, seja ele consciente ou inconsciente, como mecanismo de defesa. “, explica Abreu.

Segundo o neurocientista devemos ter cuidado ao julgar um negacionista pois nem sempre tal atitude depende exclusivamente da vontade da pessoa. Há demasiadas nuances para serem analisadas.

Nas palavras do estudioso,” O aumento do número de negacionistas não se deu apenas com o avanço da internet e sim, num mecanismo de defesa relacionado com a personalidade. A negação pode ser a ansiedade buscando na não aceitação dos fatos, uma reação instintiva de fuga como mecanismo de sobrevivência. Criando assim uma realidade paralela, com traços adoecidos e irreais, apenas para a satisfação de sua necessidade, como justificativa da sua razão.”

Ainda segundo Abreu, o medo é um fator crucial para o desenvolvimento de tais posturas perante factos que são comprovados.

“Nosso cérebro tem percepções por comparação, usa situações análogas de experiências anteriores, para fazer leitura de cenário atual. O medo, seja ele irracional ou real, faz o cérebro reagir da mesma forma.
Nossa mente interpreta o medo como uma ameaça, um perigo iminente, como o ataque de um predador e usa essa mesma leitura e reação diante do risco da perda de emprego, ou do rompimento de uma relação.”, analisa.

A atmosfera que vivemos nos dias atuais é propícia para colocar o ser humano em situação de dúvida, desencadeando assim uma série de fatores que o fazem duvidar da realidade como um escape.

“O negacionismo então é resultado do medo, que mesmo inconsciente, encontra como mecanismo de defesa a negação como fuga, seja numa tentativa de satisfação pela pendência da dopamina, seja para sair da “atmosfera” negativa, seja pela perda parcial da razão. Negar adia a tomada de uma nova decisão com quebra de velhos paradigmas. Mantendo assim o sujeito numa aparição cristalizada e inflexível. Mas confortável para ele, por criar a fantasia que justifique“sua razão”, conclui o neurocientista.

Este estudo encontra-se aprovado pela academia científica e publicado na revista científica Brazilian Journal Research.

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