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EXCLUSIVO: Marcélia Cartaxo fala das raízes no teatro em Cajazeiras até se tornar uma dama do cinema

Em entrevista exclusiva à TV Diário do Sertão, a atriz cajazeirense falou sobre sua trajetória no cinema nacional, os últimos prêmios e homenagens recebidas e futuros projetos que estreiam ainda esse ano

Por Priscila Tavares

23/01/2023 às 19h51 • atualizado em 24/01/2023 às 17h00

Em entrevista exclusiva à TV Diário do Sertão, a atriz Marcélia Cartaxo falou sobre sua trajetória no cinema, últimos prêmios e homenagens recebidas e futuros projetos que estreiam ainda esse ano.

Marcélia é cajazeirense e ganhou notoriedade logo na sua estreia no cinema nacional. Filha dos grupos de teatro da cidade, começou sua carreira ainda na infância, a atriz conta que foi descoberta durante uma turnê por São Paulo e Rio de Janeiro no espetáculo “Beiço de Estrada”, do escritor cajazeirense Eliezer Rolim, no momento a diretora Suzana Amaral estava à procura de uma atriz para interpretar a personagem Macabéa em A Hora da Estrela, um dos últimos contos escritos por Clarice Lispecto.

Ela conta que naquela época foi dirigida por Suzana Amaral através de cartas. O longa metragem rendeu o Urso de Parta de melhor atriz para Marcélia Cartaxo no Festival de Berlim. Esse foi o primeiro de muitos prêmios que a cajazeirense ganhou durante seus 45 anos de carreira.

A sua trajetória se iniciou no teatro, assim como de muitos artistas da região. “Foi através desse legado teatral que nos levou para o mundo. Entre todos esses movimentos no qual eu faço: teatro, TV, cinema; teatro eu acho que é o mais difícil, em termos de comunicação, e depois é o mais fácil da gente chegar entre eles, entre a TV e o cinema”, declarou Marcélia.

Sobre a ascendência dos artistas cajazeirenses no cenário nacional ela fala que são artistas talentosos que estão tendo a oportunidade de mostrar seus trabalhos na TV e no cinema. E para os novos artistas que estão atuando no cenário cultural ela deixou o seguinte recado: “O conselho que eu dou a esses jovens talentos que estão surgindo é que comecem no teatro, comece a estudar a história do teatro, comece a fazer a prática no teatro para que comece a entender todas as outras coisas”.

Marcélia Cartaxo nos estúdios da TV Diário do Sertão (Foto: Victor Batista)

Grandes sucessos

Marcélia foi a grande protagonista do longa-metragem Pacarrete, dirigido por Allan Deberton, que acumula diversos prêmios na direção, no roteiro, no desenho do som, na atuação o que rendeu o Kikito de melhor atriz para Marcélia Cartaxo no Festival de Cinema de Gramado.

O filme narra a história de uma bailarina aposentada que volta pra cidade de Russas, no interior do Ceará, para cuidar da irmã doente e se depara com um lugar que não tem espaço para ela. Na festa de 200 anos da cidade ela propõem fazer uma apresentação de ballet, mas a Secretária de Cultura diz que não há espaço para ela e a trama se desenvolve em cima desse impasse.

“O Filme Pacarrete foi muito incrível na minha vida, porque eu pude contracenar com Zezita Matos; Zezita é a nossa dama do teatro da Paraíba; Zezita já está com muitos anos de carreira; ela tem um legado enorme, começou muito nova e eu tive a oportunidade de contracenar com ela e também com Soia Lira, também é cajazeirense, do meu grupo, a gente nasceu na mesma rua, ficamos no mesmo berço, estudamos na mesma escola, então a gente tem uma afinidade muito grande”, disse a atriz.

Assim como Pacarrete o novo longa, “A Mãe”, vem sendo um grande sucesso e acumulando prêmios nos festivais de cinema. A atriz explica que tudo isso é devido aos anos de dedicação na construção de sua arte. “É muita dedicação. São 45 anos de carreira, comecei com meus 12 anos de idade, então é natural que um dia as coisas se concretizem”, afirmou Marcélia.

A cajazeirense contou também sobre a homenagem que recebeu, no final de 2022, do Sesc pelos seus inúmeros trabalhos, destacando aqueles em que foi protagonista e que ganhou notoriedade dentro do cenário do cinema nacional.

Priscila Tavares bate papo com Marcélia Cartaxo (Foto: Victor Batista)

Valorização artística

No filme Pacarrete deixa claro a desvalorização da trajetória e construção artística da personagem na sua velhice. Marcélia aponta uma proximidade com a história da personagem por serem artistas e vivenciarem as mesmas dificuldades, ela aponta o envelhecimento como um ponto de desvalorização em que a sociedade não vê mais como alguém útil.

Sobre ser valorizada em Cajazeiras, a atriz confessa: “Eu me sinto valorizada lá fora. Quando chego aqui estou sempre de passagem, sempre em função da minha família, é sempre um descanso”.

Para sua cidade natal, ela conta que sente falta de uma maior valorização de artistas cajazeirense, de um espaço que exponha esses legados, as histórias vividas pelos grupos teatrais, mais festivais de teatro e cinema que façam parte do calendário do município e que a gestão pública invista e conserve, além de destacar a importância da participação do comercio no cenário cultural.

O que está por vir

Marcélia contou sobre os novos trabalhos que estão para estrear em 2023. “Cangaço Novo” é uma série que será lançada na plataforma de stream, Amazon Prime, ainda esse ano que conta com um elenco de atores e atrizes nordestinos; “A Praia do Fim do mundo”, dirigido por Petrus Cariry, também estreia esse ano; além de outros trabalhos no cinema nacional. A atriz disse ainda que seu primeiro longa-metragem como diretora está em tempo de produção e logo teremos “Vou Tirar Você desse Lugar” dirigido pela cajazeirense.

Ela encerra dizendo que “Cajazeiras sempre vai ter sementes que vai nos representar além do que já tem, e é isso que a gente deseja; cresça Cajazeiras no comercio, cresça a nível de educação, de cultura, porque esse é o nosso legado”.

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