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VÍDEO: Chicotadas para passar pelos ‘caretas’ e pegar dinheiro diverte moradores da Zona Norte de Cajazeiras

Todos os anos, na Sexta-Feira Santa, as comunidades da Zona Norte de Cajazeiras se reúnem para uma tradição que já dura décadas, a "farra da chicotada" que faz parte da malhação do Judas

Por Jocivan Pinheiro

09/04/2023 às 14h05 • atualizado em 09/04/2023 às 14h16

Todos os anos, na Sexta-Feira Santa, as comunidades da Zona Norte de Cajazeiras se reúnem para uma tradição que já dura décadas, a “farra da chicotada” que faz parte da malhação do Judas.

Na brincadeira um tanto quanto dolorida, um boneco que representa Judas Iscariotes é colocado sentado numa cadeira e no seu colo uma cédula de dinheiro.

Vários ‘caretas’, cada um com um chicote, formam um corredor para chicotear quem tiver coragem de pegar o dinheiro do Judas e passar correndo entre eles.

Muitas pessoas foram assistir quem seriam os corajosos que iriam enfrentar o desafio de passar por 14 ‘caretas’ para alcançar o prêmio em dinheiro e conseguir sair do outro lado. A tradição na Zona Norte de Cajazeiras já dura 24 anos.


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Um pequeno ‘careta’ ao lado do boneco do Judas (Foto: Victor Batista/TVDS)

Damião Duarte, um dos que fizeram a inscrição para passar no meio dos ‘caretas’, falou que todo ano participa, mas que dessa vez só toparia o desafio se o prêmio em dinheiro valesse a pena.

O popular Djalma da Silva, que foi assistir ao evento, falou da importância de conservar a cultura nordestina e destacou que é preciso ter “sangue nos olhos” para aguentar as chibatadas.

A malhação do Judas acontece em frente ao Bar do Jesus, do proprietário José Jesus, que organiza a brincadeira há 24 anos na Zona Norte de Cajazeiras.


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Raízes históricas

Há diversas hipóteses para o surgimento do ritual de malhar o Judas. Uma delas é que tenha origem nas religiões pagãs, a partir de cultos agrários e festas da colheita. Durante essas ocasiões, o boneco representava uma divindade da vegetação e, por meio do fogo, haveria uma renovação da vida vegetal e garantia de boas colheitas. No Brasil, a malhação do Judas foi trazida pelos Portugueses e, através do sincretismo religioso, se tornou uma referência à traição de Judas.

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