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Jaleco médico pode colocar a saúde do paciente em risco, alerta estudo

Pesquisadores apontam que a peça pode estar contaminada com bactérias nocivas, incluindo a SARM, que é resistente à medicação

Por Veja

30/04/2019 às 07h01 • atualizado em 30/04/2019 às 07h17

Mas não são apenas os jalecos que trazem riscos de saúde para o paciente. Ternos e gravatas usados no ambiente hospitalar podem estar contaminados com bactérias. (Foto; Thinkstock/VEJA/VEJA)

O jaleco branco tradicional é um símbolo de grande importância para a comunidade médica. No entanto, ele pode representar perigo ao paciente. Isso porque a peça pode estar contaminada com diversos tipos de bactérias nocivas associadas a infecções hospitalares, como septicemia (infecção generalizada), apontou estudo publicado no periódico Infection Control and Hospital Epidemiology. A pesquisa ainda alertou que até 16% desses micróbios podem ser resistentes à medicação, como a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM). Os dados são preocupantes já que trabalho anterior mostrou que a maioria dos médicos passa mais de uma semana sem lavar o jaleco, enquanto outros podem fazer intervalos de lavagem que duram um mês.

Mas não são apenas os jalecos que trazem riscos de saúde para o paciente. Ternos e gravatas usados no ambiente hospitalar podem estar contaminados com bactérias. O uniforme das enfermeiras não fica atrás. Outros itens que oferecem risco de contaminação são tablets e smartphones utilizados no atendimento. Por causa disso, a orientação é lavar jalecos e uniformes diariamente, assim como facilitar o acesso ao álcool em gel para que os profissionais de saúde desinfetem as mãos antes de atender o paciente.

O jaleco
O estudo descobriu que 42% dos jalecos analisados continham bactérias gram-negativas das quais fazem parte Escherichia coli, responsável por infecções intestinais e urinárias; a Pseudomonas aeruginosa, que podem causa otite e infecções oculares; e Haemophilus influenzae, microrganismo que causa infecções, principalmente em crianças. Também foram encontrados em 16% dos jalecos micróbios da cepa SARM. Ambos os tipos podem causar problemas sérios, incluindo infecções de pele e da corrente sanguínea, pneumonia e septicemia. Outra pesquisa apontou que 45% das bactérias encontradas em ferimentos de pacientes foram encontradas no jaleco e nas roupas dos médicos que realizaram o atendimento.

Já estudo do ano passado descobriu que jalecos de mangas longas aumentam a probabilidade de transmissão de patógenos. A justificativa para a diferença no risco de contaminação está relacionada ao fato de que a manga longa está mais propensa a entrar em contato com as bactérias; além disso, mesmo que o médico mantenha as mãos e pulsos limpos, a manga contaminada pode retransmitir os microrganismos nocivos. Por causa disso, A Sociedade Americana de Cuidado Epidemiológico sugeriu aderir ao jaleco de manga curta ou média e manter os braços nus abaixo do cotovelo para diminuir os riscos de contaminação e facilitar a higienização do local.

Álcool em gel
A maioria dos hospitais espalha álcool em gel ao redor. No entanto, segundo especialistas, a localização não é tão conveniente como deveria, o que acaba reduzindo o uso frequente. Mas o motivo para isso, pelo menos nos Estados Unidos, não é negligência. De acordo com o The New York Times, no início dos anos 2000, os bombeiros passaram a exigir que os recipientes de álcool em gel fossem removidos ou realocados para ficarem longe de equipamentos que aumentassem o risco de incêndio – o higienizador contém pelo menos 60% de álcool, o que os torna inflamáveis. Apesar disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o risco de incêndio por esta causa é muito baixa.

Diante das recomendações dos bombeiros, os recipientes de mais fácil acesso estão localizados nos corredores, mas especialistas acreditam que se disponibilizados em locais mais próximos do paciente o uso seria facilitado. Aliás, um estudo mostrou que se os dispensadores de parede fossem colocados próximos à cama do paciente a utilização pode aumentar em 50%.

Álcool em gel
A maioria dos hospitais espalha álcool em gel ao redor. No entanto, segundo especialistas, a localização não é tão conveniente como deveria, o que acaba reduzindo o uso frequente. Mas o motivo para isso, pelo menos nos Estados Unidos, não é negligência. De acordo com o The New York Times, no início dos anos 2000, os bombeiros passaram a exigir que os recipientes de álcool em gel fossem removidos ou realocados para ficarem longe de equipamentos que aumentassem o risco de incêndio – o higienizador contém pelo menos 60% de álcool, o que os torna inflamáveis. Apesar disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o risco de incêndio por esta causa é muito baixa.

Diante das recomendações dos bombeiros, os recipientes de mais fácil acesso estão localizados nos corredores, mas especialistas acreditam que se disponibilizados em locais mais próximos do paciente o uso seria facilitado. Aliás, um estudo mostrou que se os dispensadores de parede fossem colocados próximos à cama do paciente a utilização pode aumentar em 50%.

Fonte: Veja - https://veja.abril.com.br/saude/jaleco-medico-pode-colocar-em-risco-a-saude-do-paciente-alerta-estudo/

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