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Baratas, mosquitos, escorpiões: como evitar as principais pragas urbanas e controlar infestações

Baratas, mosquitos, escorpiões e afins podem trazer diversos problemas para sua saúde. Saiba como se proteger das pragas urbanas e aprenda a eliminá-las

Por Saúde

26/01/2019 às 07h50 • atualizado em 25/01/2019 às 19h13

Pragas urbanas, como a barata, não causam apenas nojo. Diversos problemas de saúde estão relacionados a esses bichos (Ilustração: Eber Evangelista/SAÚDE é Vital)

Água, alimento, abrigo… De barata a pernilongo, passando por ratos e formigas, esses bichos dispõem de tudo que precisam para viver e se multiplicar nas grandes cidades. Mais que nojo ou fobia, a presença deles em casa pode representar uma séria ameaça à família. Chegou a hora de conhecer as pragas urbanas em detalhes para evitar ou acabar com as visitas indesejadas:

Barata
Não acredite naquela ladainha de que elas seriam as únicas sobreviventes a uma bomba atômica. Mas o fato de não serem tão resistentes a tamanha radiação não significa que esses insetos tenham pouca versatilidade — muito pelo contrário. Eles moram em qualquer canto e passam semanas sem comer ou beber nada.

Além de provocarem repulsa quando aparecem no ambiente doméstico, as baratas carregam um monte de bactérias, vírus e fungos do esgoto. “São micro-organismos que originam uma série de moléstias nos seres humanos”, avisa o biólogo Francisco José Zorzenon, do Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

E isso sem contar que os fragmentos de seu corpo (patas, asas, antenas…) são gatilhos de reações alérgicas e crises de asma em pessoas mais sensíveis.

Como evitar: A palavra de ordem é higiene. Não deixe comida à mostra e faça faxinas regulares, especialmente na cozinha e no banheiro. E sempre mantenha os ralos fechados.

Como eliminar: Se você vir uma ou outra, os inseticidas em aerossol (ou o bom e velho chinelo) dão conta do recado. Quando há muitas, o melhor é contratar um serviço especializado de dedetização.

Fique de olho nelas

Periplaneta americana: Cascuda e voadora, é a espécie mais conhecida. Dá as caras no verão.
Blatella Germanica: Menorzinha, é um tormento em mercados, padarias e fábricas.

Mosca
Ela deposita seus ovos em fezes ou material em decomposição. As larvas se desenvolvem nesses locais, até crescerem para ficar zanzando por aí, entre porções de comida e cocôs expostos. Dá pra imaginar que as patinhas delas não são lá muito limpas, não é mesmo?

“A situação é mais preocupante em bairros próximos de lixões”, afirma o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Flechtmann, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Ilha Solteira.

Como evitar: Carnes, frutas, legumes, verduras e outros alimentos frescos precisam ficar a geladeira ou guardados em recipientes. Assim, as moscas não vão pousar neles, o que diminui o risco de chabus intestinais e até de verminoses.

Como eliminar: Inseticidas ajudam um pouco, mas não resolvem a questão definitivamente. Resta cobrar as autoridades por políticas para a limpeza e o cuidado com áreas públicas, bem como a realização de obras de saneamento básico e tratamento de esgoto.

Mosquito
Nenhum ser vivo se adaptou melhor ao ambiente urbano que esse bicho alado. As metrópoles trazem tudo que os mosquitos desejam: água parada, calor e muito sangue disponível.

Como se não bastassem as picadas na pele, algumas espécies transmitem vírus que causam dengue, zika, chikungunya e febre amarela — só pra citar quatro exemplos de doenças que assolam o Brasil há algumas décadas.

“O dilema é que não adotamos uma cultura de prevenção com as estratégias que possuímos, como a eliminação de criadouros e o uso de produtos químicos”, lamenta a engenheira química Fernanda Cecchinato, CEO da Aya, empresa que acaba de lançar o primeiro repelente de insetos para roupas e tecidos.

Como evitar: Faça sua parte: vede ou jogue fora qualquer reservatório de água que tiver em casa, de pneus a tampas de garrafa. Limpe com sabão as calhas e os pratinhos das plantas.

Como eliminar: Incentive os vizinhos a adotar o mesmo procedimento para que o bairro todo fique protegido. Repelentes e inseticidas em aerossol ou de tomada são bem-vindos para afugentar o inseto.

Fique de olho neles

Aedes aegypti: O maior vilão de todos. Está por trás de dengue, zika e chikungunya.
Aedes albopictus: Gosta mais de áreas com mata. Tem a capacidade de passar alguns vírus.
Culex quinquefasciatus: É o pernilongo. Em algumas regiões, transmite o parasita da elefantíase.

Percevejo
No livro Na Pior em Paris e Londres, George Orwell (1903-1950) descreve as noites que passou em pensões tomadas por essa praga minúscula, que mora dentro do colchão e sai à noite para sugar o sangue de quem está dormindo, provocando uma coceira brava.

Se no passado ele só dava as caras em locais mais pobres, hoje em dia frequenta hotéis e pousadas de alto padrão. Estima-se que 90% dos hotéis e albergues dos Estados Unidos apresentem infestações do tipo.

Como evitar: Antes de colocar sua mala em cima da cama, retire o lençol e vistorie as frestas e costuras. Viu um monte de pontinhos pretos? Esses são os percevejos. Converse com o gerente do estabelecimento e veja se ele não pode fazer algo.

Como eliminar: Há produtos específicos de uso profissional para erradicá-los. Limpar a mala após a viagem, trocar a roupa de cama toda semana, fazer faxinas com aspirador de pó e colocar o colchão no sol periodicamente também são atitudes que funcionam.

Formiga
Ela está relacionada à ideia de organização e trabalho em equipe. E, se deparamos com uma fileira desses insetos dentro de casa — e até mesmo em cima de pratos e travessas de comida —, não damos muita importância, né? Mas não deveria ser assim.

Estima-se que cada formiga traga na garupa 14 tipos de bactéria. Por esse motivo, são apontadas como as principais culpadas pelas infecções hospitalares no mundo e, por isso, chegam a representar uma ameaça maior que as temidas baratas.

“Afinal, elas conseguem entrar em qualquer espaço e cobrem grandes distâncias em pouco tempo”, nota o biólogo Odair Correa Bueno, do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Rio Claro.

Como evitar: Cuidado com os alimentos abertos. Qualquer migalha é um banquete para formigas. Certifique-se de que as pias da cozinha e do banheiro estejam sempre secas.

Como eliminar: Não jogue inseticidas. Isso só vai fragmentar o ninho em dois ou três núcleos separados e aumentar a escala da encrenca. Géis próprios estão à venda no mercado.

Fique de olho nelas

Linepithema humile: A formiga-argentina vive embaixo de pedras, pisos e azulejos.
Monomorium pharaonis: A formiga-faraó é amarelada e tem menos de 2 milímetros.
Tapinoma Melanocephalum: A formiga-fantasma tem a cabeça e o tórax escuros e as pernas opacas.

Aranha
A maioria não faz mal algum ao ser humano. No Brasil, três delas são temerosas: as aranhas marrom, armadeira e viúva-negra.

A primeira é bastante comum no Paraná. Ela fica escondida em frestas e fundos de armários e seu veneno forma uma ferida com necrose na pele. A segunda está espalhada por todo o país, é grande e agressiva — ela abre as pernas dianteiras para dar o bote. A viúva-negra, por sua vez, se limita às regiões litorâneas e costuma ser mais tímida.

Como evitar: Limpe o teto de alvenaria ou de madeira a cada 15 dias com um pano úmido para interromper a formação de teias muito grandes. Aspire os móveis, os quadros e os rodapés. Cuide dos jardins de tempos em tempos e faça a poda de árvores e arbustos.

Como eliminar: Caso você esteja inquieto com alguma aranha que ronda a residência e o quintal, tire uma foto e mande para os serviços de controle sanitário ou para a secretaria de saúde de seu município. Os especialistas poderão dar uma orientação sobre o melhor procedimento.

Escorpião
No ano 2000, o Ministério da Saúde contabilizou 12 552 acidentes com esse artrópode. Em 2016, o número subiu para 91 485 — um crescimento impressionante de 628%. “Eles conseguem se adaptar bem a localidades com muito entulho, lixo e, principalmente, baratas, seu alimento preferido”, resume a infectologista Fan Hui Wen, do Instituto Butantan, em São Paulo.

Em 90% dos casos, a picada é sucedida por uma dor intensa, aliviada com o uso de analgésicos. Porém, em crianças e idosos, o veneno pode mexer com o sistema nervoso central, alterar a pressão arterial e levar à morte. Para evitar um perigo desses, é preciso utilizar o soro antiescorpiônico com urgência.

Como evitar: Jogue fora materiais de construção, como pedaços de madeira, telhas e tijolos, que não for usar em curto prazo. Nos depósitos, não encoste as caixas nas paredes.

Como eliminar: Não jogue inseticida. Isso só vai irritá-lo e instigá-lo a um contra-ataque. Se aparecer um, mate-o por esmagamento com muito cuidado. Se tiver vários, chame logo as autoridades da cidade.

Fique de olho neles

Tityus serrulatus: O escorpião-amarelo está no Sudeste, no Centro-Oeste e no Nordeste do país.
Tityus stigmurus: Tem uma coloração marrom e só é encontrado na Região Nordeste.

Pombo
Esqueça aquela noção de que esse pássaro é o símbolo da paz. Sua procriação em larga escala nas metrópoles é encarada hoje com um desafio dos grandes. “Eles montam o ninho no telhado das casas, onde depositam muitas fezes”, descreve o biólogo Fernando Bernardini, gerente de desenvolvimento de produtos da Bayer.

O cocô está lotado de micróbios capazes de causar doenças como a toxoplasmose e a criptococose.

Como evitar: Conserte os buracos e feche todas as frestas do telhado para impedir que os pombos entrem e se instalem. Em hipótese alguma oferte comida ou água a eles, nem largue lixeiras com restos de comida disponíveis fora do horário de coleta.

Como eliminar: Assim como as outras aves, os pombos são protegidos por leis ambientais. Portanto, você não deve fazer nada sem consultar uma empresa certificada para o controle deles. Os experts lançam mão de diversas soluções para espantá-los e reduzir os estragos da invasão.

Rato
Naturais da Ásia, eles encontraram meios de embarcar em navios e se espalharam com relativa facilidade para todos os continentes a partir do século 16. “Esses roedores transmitem por meio de fezes, urina, pelos, saliva e sangue uma série de doenças, como a leptospirose”, conta o biólogo Jeferson de Andrade, pesquisador de desenvolvimento de produto e mercado da Basf.

Outras enfermidades relacionadas a eles são o tifo, a peste bubônica, a febre hemorrágica, além de sarnas e micoses. “As três espécies mais comuns são sempre atraídas pela facilidade de acesso a água e comida”, explica a bióloga Maria Fernanda Zarzuela, analista da Bayer.

Como evitar: Tenha uma despensa limpa e arrumada. Nunca deixe a ração de cães e gatos espalhada pela casa. Instale telas em ralos e nas outras aberturas da residência.

Como eliminar: Iscas de raticida colocadas atrás de gavetas, armários e eletrodomésticos são a saída mais efetiva. Ratoeiras e colas estão disponíveis, mas não são métodos muito práticos.

Fique de olho neles

Rattus norvegicus: A ratazana chega a 25 centímetros e possui uma pelagem cinza ou castanha.
Rattus rattus: O rato preto é um excelente escalador. Monta o ninho em telhados.
Mus musculus: Os camundongos são diminutos e curiosos. Vivem em pequenas colônias.

Fonte: Saúde - https://saude.abril.com.br/medicina/pragas-urbanas-quem-sao-como-evitar-e-o-que-fazer-para-se-livrar-delas/

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