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‘Mulher que ensinou Cajazeiras a amar’; Lilia das mangueiras quebra o silêncio. Assista!

Em uma entrevista informal e descontraída com a senhora Maria de Jesus, Lilia diz como vive hoje e 'entrega os pontos'. Assista!

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30/11/2015 às 14h43

Conhecida por a 'Mulher que ensinou Cajazeiras a Amar', Maria de Jesus, a Lilia das Mangueiras, decidiu quebrar o silêncio após seus quase noventa anos e abriu as portas da casa em que vive hoje, com sua irmã, depois que vendeu seu bar e motel na BR-230 em Cajazeiras, e conversou com a equipe do Interview da TVDS , 

Foram mais de 40 anos de sucesso nas Mangueiras que perdura até hoje na boca dos cajazeirenses quando se deparam com situações de 'bagunça': "Tá parecendo o Cabaré de Lilia […]"

Vinda de uma região simples especificamente do sitio Cacaré na zona rural de São José de Piranhas, de uma família de doze irmãos, Maria de Jesus fez história na cidade de Cajazeiras pelo seu bordel na Br 230.

A Primeira vez
Sua primeira relação sexual foi aos 18 anos, com um homem casado, o que levou a jovem a fugir da casa de seus pais, grávida, temendo um escândalo. Após sua fuga, pensou que obteria acolhimento na residência de uma tia em Cajazeiras, mas não foi aceita pela família na cidade e recebeu abrigo em um bar, aos quase 06 meses de gravidez, Lilia começou a escrever sua história de empresária do amor.

Família
Recebeu apoio da família após começar a ganhar dinheiro e segundo a 'professora do amor', bancou os pais e irmãos com seu trabalho e espírito empreendedor. "Para minha família era Deus no céu e eu na Terra", confessou.

Após ser feita a BR-230 passando por Cajazeiras, ela recebeu um conselho do pai: ‘minha filha compre um terreno perto da BR e faça um bar’; assim ela fez o bar, e fez mais, a boate, churrascaria, motel […] 

A Mangueiras
Lilia afirmou se arrepender de ter vendido o local; "Ainda era para eu estar lá", lamentou.

"Eram muitas mulheres que viviam nas Mangueiras, era um ponto turístico da cidade. Nesse tempo havia muitas mulheres bonitas, sadias, não são como as de hoje que usam drogas". Desabafou a empresária.

Clientes
"Só andava nas Mangueiras quem tira dinheiro, era tudo caro e fiado nunca. Ninguém nunca esqueceu de pagar, porque sempre queriam voltar"; orgulhou-se a profissional do sexo.

Em momentos da entrevista nomes são citados como clientes, "tinha político de toda a região"; "Muitos me procuravam para conversar, desabafar, receber meus conselhos". Disse.

Afirmou que muitos cantores famosos após os seus shows no Clube primeiro de maio iam ao bar, a exemplo de Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, entre outros.

Lilia lembrou de episódios ocorridos dentro do estabelecimento quando as esposas resolviam aparecer no local. "Tinha esposa que ia toda semana lá, parece que ela gostava de ir. Mas nunca dava confusão, era um bar de família". Discorreu a dona do local.

Religião
Ainda hoje Maria de Jesus faz suas orações e disse nunca ter sofrido preconceito ao frequentar as missas, "me olhavam por que era bonita".

Filhos
"Nunca me casei nem tenho inveja disso, nunca me faltou homem. Tive muitos, mas amei apenas um", revelando o nome do único amor que morreu jovem em um trágico acidente.

Relatou ter uma filha que mora em São Paulo, um outro que morreu aos 15 anos vítima de choque elétrico, um adotivo, e confessa: "Foram 25 abortos". 

Disse não se arrepender de sua história, "tive tudo o que as casadas tiveram". E finalizou: "Vou morrer assim, de uma hora para outra, quando estourar a bomba: morreu Lilia das Mangueiras! Por que é assim que vou morrer sendo."

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Título de cidadã cajazeirense

O vereador Severino Dantas (PT), em 1997, apresentou na câmara municipal o projeto do título de cidadania cajazeirense à senhora Maria de Jesus, pelos serviços prestados no município.

O jornal O Estado de São Paulo e o Fantástico fizeram matérias, o que fez o caso repercutir nacionalmente; cajazeirenses de famílias tradicionais se revoltaram, o assunto virou tema de pesquisa, mais de 60% da população votou pela concessão do título, mas os vereadores não aprovaram a matéria.

DIÁRIO DO SERTÃO

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