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Jovem de 22 anos ganha vida como ‘sereio’ no Rio de Janeiro

O que começou como brincadeira hoje é um meio de vida, e Davi Moreira cobra até R$ 200 por aparição como “sereio” em baladas gays e pool parties.

Por Priscila Belmont

27/03/2017 às 16h19

Além de ser uma profissão, Davi Moreira leva a questão do sereismo a sério. Créditos: Reprodução / Instagram / @davihmoreira

Próximo dia 3 de abril, a Rede Globo estreia a nova novela das 21h, “A Força do Querer”, da autora Glória Perez. Na atração, a atriz Ísis Valverde viverá uma personagem que acredita ser uma sereia. O sereismo então tem tudo para entrar na moda.

Mas antes mesmo de virar assunto, o jovem carioca Davi Moreira, de 22 anos, já era apaixonado pelo tema. “Sempre me senti diferente dos outros meninos. Tinha muita felicidade em nadar, era a única coisa que eu amava de verdade”, contou em uma entrevista do site Ego. “Comecei a fazer natação aos 8 anos, sempre imitando a ‘Pequena Sereia’. Meu professor até brigava porque eu só queria saber de mergulhar igual a uma sereia”, lembra.

O que começou como brincadeira hoje é um meio de vida, e Davi Moreira cobra até R$ 200 por aparição como “sereio” em baladas gays e pool parties. Ele, inclusive, se intitula o primeiro “sereio” brasileiro, mesmo esse não sendo o termo correto para o correspondente masculino da sereia (a expressão correta é tritão).

Davi, no entanto, explica por que prefere utilizar “sereio”. “Queria utilizar um meio-termo, porque não me considero completamente masculino”, explica. “Estou entre um e outro. Não sou sereia nem tritão, por isso criei o personagem”.

O jovem, que faz faculdade de Artes Cênicas, tem um canal do Youtube com mais de 1,7 milhão de visualizações. Ele usa o canal para tirar dúvidas sobre o tema e fazer paródias e curtas-metragens.

Sobre as críticas que recebe, o jovem desabafa: “Recebo muitas. As pessoas acham isso ridículo, nadar de causa em uma praia. Falam que é infantil”, conta. “Mas não importa. Se uma pessoa pode levar uma prancha, por que não posso nadar de cauda?”, indaga. “É a minha maneira de amar o mar”.

Além de ser uma profissão, Davi Moreira leva a questão do sereismo a sério. “Quando usamos uma cauda, não é simplesmente uma fantasia, uma brincadeira”, esclarece. “É um estilo de vida que engloba uma filosofia extensa. É a minha forma de me relacionar com a natureza. É cuidar do mar, dos animais, é não sujar a praia. É como externar sua alma”, filosofa.

Catraca Livre

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