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Nadja Claudino

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O lábaro que ostentas

11/09/2008 às 13h15

Tentei a todo custo não falar em politicagem nas minhas crônicas e artigos. Mas o certo é que, queiramos ou não, falamos politicadamente o tempo todo. Quando estamos discutindo se aquela bola da Inglaterra entrou, na Copa de 66 – lembram? – é politicagem pura. Quando dou ré no carro e causo um acidente, fiz uma tremenda de uma politicagem. Até mesmo quando resolvo me manter em silêncio para não ser identificado por um grupo de opositores, meu silêncio faz um barulho politicadamente ensurdecedor. Portanto, não há como não falar em politicagem. O Dalai Lama também é prova disso.

Minha pergunta politicada de hoje é: no meio de tantas proibições eleitorais que andam acontecendo nessas campanhas por aí, por que não proibem também os porta-bandeiras? Ora! Vocês sabem do que estou falando: aquele pessoal que faz samba e amor até mais tarde, e pela manhã vai ostentar o lábaro do candidato à beira da pista, respirando o mormaço do asfalto sertanejo.

Cada porta-bandeira daquele é pago para estar lá. Logo, cada um é um voto comprado, e ponto final. Se João está pagando para Maria balançar sua bandeira durante algumas oito horas, definitivamente o voto de Maria vai ser de João. A quem queremos enganar, senhor?

E não iniciei esse breve papo  à toa. É que acabo de ver alguns deles colorindo a avenida onde moro, com suas bandeiras e sorrisos estampados no rosto, exatamente como uma modelo é paga para sorrir e vender a grife, guardadas as devidas proporções estéticas. Vão se aguentar ali por algumas horas e voltar para casa com o dinheiro do Furozemida, do Vitamilho e da Sapupara garantido. E a quem queremos enganar, senhor? Pagar porta-bandeira é comprar voto. Porém, se a Justiça não pode provar que estão molhando a mão daquela gente, o meio mais eficaz é mesmo a proibição. Proibe, vai. Depois discutimos se esse carnaval vai ficar chato sem porta-bandeira.

J. P. também escreve no blog www.osfilhosdoshippies.blogspot.com

Nadja Claudino

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Contato: [email protected]

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