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Gildemar Pontes

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A Fábrica do Crime

27/05/2016 às 12h04

Ele foi preso e encaminhado para delegacia

Por Carlos Gildemar Pontes

Lendo a matéria do Jornal O Povo, de Fortaleza, e de vários blogs, volto a discutir a questão da violência no Brasil. E de cara já indico que os dados estatísticos crescem paralelamente às ações governamentais de negligenciar a Educação e valorizar a governabilidade num sistema falido, viciado e completamente inviável para os parâmetros da civilização.

Os cúmplices deste caos são pessoas quase sempre coniventes com a corrupção e cem por cento ignorantes de civilidade. Gente que sabe que o político é corrupto e vota assim mesmo; que sabe que, ao passar dos anos, a ausência de políticas públicas vai revoltando a população; que se indigna tardiamente, depois que são fabricados fichas sujas, condenados e ladrões do colarinho branco.

Já ouvi depoimento de professores(as) e de alunos(as) que o sistema educacional não funciona porque os alunos são irrecuperáveis. Dizem isso de um estudante de escola pública, imagine o leitor o que diriam de um apenado que ingressa num sistema prisional completamente desumano e corrompido pelas estruturas de poder, do qual é apenas um reflexo mais sujo. Nos presídios superlotados, com celas super populosas, em condições degradantes de salubridade, ainda não há o convívio de criminosos do “baixo clero”, assaltantes, assassinos, estupradores, psicopatas… com os criminosos do “alto clero”, vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, ministros, presidentes… Seria bom que pudessem dividir, alto e baixo cleros, o mesmo espaço, trocando informações, figurinhas, experiências enriquecedoras para ambos os lados. Talvez, assim, a sociedade pudesse entender que uns são frutos dos outros, portanto, são farinhas do mesmo saco, sementes do mesmo esterco podre.

Enquanto estouram rebeliões em presídios por todo o Brasil, Pedrinhas, no Maranhão e em Presídios na região metropolitana de Fortaleza, a população se tranca e teme sair de casa, porque é menos arriscado ficar trancado em casa do que sair à rua. As ações de combate ao crime das polícias parecem não surtir efeito diante do quadro galopante da violência generalizada. O combate às drogas ou as investigações que resultam em prisões muitas vezes esbarram na lentidão, ineficiência e incompetência da justiça que ainda dorme na ilusão de que são os guardiões da ordem e da sociedade.

O cidadão comum vê nas TVs o Supremo Tribunal Federal ser aparelhado pelo Estado e servir aos criminosos mais astutos. Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Sérgio Machado, Romero Jucá…, assessorados pela fina flor da competência empresarial, apoiados por senadores, deputados federais e, nas cidades menores, vereadores incompetentes, venais e parasitas de um sistema onde o prefeito ou a prefeita são chefes de quadrilhas.

Então, resta perguntar a quem de Direito legal, de esquerda ou de direita: os senhores ou as senhoras e nós continuaremos expondo nossos filhos a este sistema apodrecido, sendo coniventes com estes bandidos municipais, estaduais e federais? Continuaremos elegendo ladrões declarados do dinheiro público por conveniência ou por mau-caratismo de alguns, que visam apenas um benefício provisório? Continuaremos achando que os apenados não têm salvação, quando descuidamos da Educação dos nossos filhos? Quem são os criminosos neste mundo de aparências? Quem são os cúmplices?

De que lado você está?

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

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Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

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